Disputa pela opinião da maioria ingênua
qui, 07/06/2018 - 06:25
Está mais do que provado que as elites brasileiras, econômicas, políticas, concurseiras e meritocráticas têm lado, o lado da sua classe, da sua alienação, do seu status. Mas, sendo pouco numerosas perante a “urna” da democracia, as elites sabem que a sua influência e poder somente será traduzido em ações efetivas se tiverem certeza de que a maior parte da população acredita e aceita. Contam para isso com a rede Globo e o restante do PIG.
Derrubaram uma Presidenta absolutamente honesta aproveitando apenas a sua baixa popularidade no momento. Argumentos pífios – como as pedaladas - foram apresentados sem constrangimento, sabendo que a maior parte da população assim acreditava. Os congressistas seguiram o efeito da opinião pública do momento.
A judicialização do país e a persecução contra Lula e o PT encabeçada pela turma de Curitiba segue pelo mesmo caminho, qual seja, justificar as suas arbitrariedades por conta de uma ampla rejeição popular à corrupção, espertamente canalizada acima do PT. A desfaçatez do Moro e do TRF4 somente encontram justificativa com base no sentimento de existir maioria popular em favor deles, hoje concentrada no Sul. A soberbia curitibana, as premiações do Moro e as inúmeras mensagens de Juízes e autoridades meritocráticas aos jornais ou redes sociais, reverberados pelo PIG, fazendo onda e mostrando-se populares e certos do que fazem, mesmo sabendo da sua arbitrariedade, ilustram bem a necessidade destes de encontrar guarida no apoio popular às suas ações.
Trata-se de um jogo de cena perante a enorme maioria ingênua do eleitorado, durante anos alienada pela rede Globo.
Essa guerra começa a mudar de sentido quando os ventos mudam de direção. A parte política do golpe foi se esvaziando junto com o enorme apoio popular a Lula e o PT, que vem crescendo pela sua verdade e consistência.
A turma do judiciário luta ainda pela manutenção da popularidade do Moro e da justiça, em geral, perante a percepção de um povo cada vez mais informado e descrente da imparcialidade judicial. A dureza das penas contra Lula e Dirceu; a parcialidade em favor de tucanos; a omissão diante das contas no exterior, as malas de dinheiro e etc. estão ficando evidentes demais. O auxílio-moradia veio como a gota no copo d’água. Isolados, agora sentindo cada vez maior rejeição, tentam desesperadamente novas premiações e matérias nos jornais e redes sociais, embora cada vez mais ridículas. As verdades de Curitiba são contestadas e o poder desta casta judiciária começa a declinar, justamente pela virada da opinião pública em relação a isso.
Agora, falta vencer a luta contra a parte meritocrática da elite. Novos fatos poderão ajudar principalmente as delações do “lado de lá”, que poderão apontar gente do judiciário “com Supremo, com tudo”. Gilmar Mendes e o carequinha não dão conta –sozinhos - de tirar do meio da estrada tanto tucano envolvido.
Os políticos já começam a procurar aproximação com o PT. Os meritocráticos, sem prêmios e sem apoio popular, voltarão aos poucos a se recolher na sua insignificância e, quem sabe, a focar mais na constituição e nas Leis, ou seja, na parte mais técnica do seu oficio. O PIG será pulverizado depois de assumir o novo governo popular. O caminho é esse, ganhar pouco a pouco a maioria da opinião pública, uma população ingênua e manipulada.